9.3.11

Realidade x Ficção‏

“Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de D’us foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” – Hebreus 11: 3.


Pois é, vamos falar de fé? Não se preocupe, o texto não rima, mas, escute. Ou leia, hehehe...

De acordo com o manual: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” – Hebreus 11:1.


Se é a prova das coisas que não se vêem e é o firme fundamento das coisas que se eperam, eu pergunto: Qual a diferença entre um louco e um são, utilizando este conceito de fé?

Pois é, deixa eu desenvolver este texto mais um pouco, talvez voces entendam o que eu quero dizer.

Certo dia estava em Georgetown, capital da Guyana, e, passeando pelo muro do mar (não interessa saber o que é), enquanto a banda tocava, cachorros quentes eram vendidos às crianças que com suas maes caminhavam alegremente ao entardecer, logo depois que eu apreciei a vista tão medíocre do mar de Georgetown, me sentei ao lado de Sir Nigel. Sim, Sir! Para os que não sabem, o título Sir somente é concedido pela Realeza, pelo rei ou pela rainha àlguem que simboliza algo muito importante para a nação. Sabe?

Pois bem. Sir Nigel estava sentado no banco, apreciando o mar ao som da banda no coreto, assim como eu. Ao ser importunado pela minha pergunta, “posso me sentar ao teu lado”, ele logo abre um sorriso ingenuo e diz “sim, claro, pois não”. Eu fico encarando ele, como quem pede “oi, pois não, eu estou a tôa e queria muito tentar falar de Jesus para voce” e ele logo começa a conversar comigo, sobre a banda que tocava no coreto. Até alí, tudo bem.

Então, Sir Nigel, de pele escura, cabelos grisalhos, um sapato furado e calça mais do que suja, começa a me falar da sua infancia que, pasmem, foi em 1800. Sim, este homem é bi centenário! Pois é. Sir Nigel, filho de Abrahan Lincoln com a digníssima Rainha Victória conversou comigo sobre todas as coisas imagináveis, desde política até física e biologia. Este homem, aparentemente fora de si, em nenhum momento utilizou palavras coloquiais. Sua construção de frase era tão culta que desafiou o meu ingles até a sexta marcha. E era tão carregado no sotaque britanico que me fez acreditar que ele era filho da realeza. Pelomenos da Rainha Victória. Ele me contou das maravilhas que Sir Shakespeare construiu e das frases dignas de livros de Lord Churchill. Sim, até sobre Hitler e Napoleão, como eles se enfrentaram na guerra e como eles deveriam ter conduzido a paz de forma mais adequada.

O que me deixou maravilhado nisto tudo é que ele tinha plena convicção do que dizia. Tanto que, por alguns momentos eu me deixei levar pelas lorotinhas que ele me contava. Eu me maravilhava imaginando Sir Nigel em 1820 tocando na banda da polícia de Nova York, a primeira banda policial, instituída pelo seu pai, presidente dos Estados Unidos da América. Tentava entender por que a biologia era um fator tão importante para a paz mundial “se levada a um nível celular, de forma intrinseca e indissolúvel, onde, nenhum homem se tornará diferente dos demais, pois, como a química nos ensina, haverá ligação entre os fatores que promoverão a paz”. Palavras dele, não minhas.

Ele tinha tanta paixão ao que falava, demonstrava tanta sabedoria (embora eu sabia que nada daquilo era verdade. Pelomenos os fatos históricos não eram), tanta convicção que, entre risadas dos passantes que nos viam conversar e frases de pessoas famosas, eu pensei: Qual seria a diferença entre Sir Nigel e um homem fanático por D’us? Sir Nigel não via a diferença entre a realidade e ficção. Sir Nigel provavelmente fora um homem muito culto e estudado antes da insanidade tomar conta. Sir Nigel não acreditava nas minhas correções sobre os seus fatos históricos. Ele era o crente perfeito! Não se deixava levar pela razão do mundo ou pelo coração. Utilizava de tudo o que aprendeu no passado para impulsionar seu futuro, e, não se deixava contaminar por fatores externos. Sua única fraqueza era quando a realidade o chamava. E, entenda por realidade: fome. Eu conseguia notar a diferença entre Sir Nigel, o homem culto e cheio de histórias para contar, e, “aquele mendigo”, que estava sujo, faminto, e, timidamente me pediu um dinheiro para poder comer. Claro que dei, mas, logo depois te ter comprado um cachorro quente e uma coca para ele. Comemos juntos enquanto conversávamos.

“E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras, e vim a saber que também isto era aflição de espírito. Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” – Eclesiástes 1: 17, 18.

Não é assim em nossa vida cristã diária? Somos fortes, convictos, eficientes e poderosos. Radicais e destemidos, até que a segunda-feira amanheça e a realidade nos chame. Se formos loucos, permanecemos. Se não formos, desfalecemos.

Ah! Como eu queria ter um pouquinho de Sir Nigel dentro de mim. Queria como aquele homem ter a convicção plena de que tudo o que eu faço, faço pelo Senhor e para o Senhor. Que ao tocar enfermos eu não seja titubeado pela realidade. Que ao pisar na água eu sinta terra firme, pois, em minha mente não haveria diferença. Que, ao repartir o pão, ao inves de duas metades, eu tenha dois novos pães.

Queria tanto ter a habilidade de moldar a realidade, pois, isto é a fé.

“Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes” – I Cor 1: 27.

Será tão difícil crer assim?



@ Luiz Alfredo Noronha Perin

3 comentários:

Âniiii disse...

como eu cantei no fds :

- pode me chamar de loucoooooooo
pode me chamar de piradoooo
pode me chamar de desesperado, pq eu estou A PAI XO NA DOOOOO


que nossa loucura seja cheia de fé.

luiz alfredo disse...

eu tenho que aprender a escrever POUCO, pq, só le quem é louco!

Modo rima [on]

SANDRA disse...

AMO ESSA LOUCURA DE VCS, PEÇO A ELE QUE NÃO PERMITA QUE TENHAMOS SANIDADE, QUERO TAMBEM SER LOUCA SEMPRE.